quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Henrique II de Inglaterra

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Henrique II
Pela graça de Deus, Rei de Inglaterra, Duque da Normandia e Aquitânia e Conde de Anjou
Henry II of England - Illustration from Cassell's History of England - Century Edition - published circa 1902.jpg
Governo
Reinado25 de Outubro de 11546 de Julho de 1189
Coroação19 de Dezembro de 1154
ConsorteLeonor da Aquitânia
AntecessorEstêvão I
SucessorRicardo I
DinastiaPlantageneta
Vida
Nascimento5 de Março de 1133
Le Mans, França
Morte6 de Julho de 1189 (56 anos)
Chinon, Berri, França
SepultamentoFontevraud, França
FilhosGuilherme
Henrique
Matilde
Ricardo I
Godofredo
Leonor
Joana
João I
PaiGodofredo V de Anjou
MãeMatilde de Inglaterra
Henrique II Plantageneta (5 de Março de 1133Le Mans, França, 6 de Julho de 1189) foi Conde de Anjou, de Poitiers, Duque da Normandia e Rei de Inglaterra de 1154 até à sua morte, em 1189, tendo sido o primeiro monarca da dinastia angevina, os Plantagenetas. Era filho de Matilde de Inglaterra e de Godofredo V, Conde de Anjou e sucedeu ao primo em segundo grau Estêvão I de Inglaterra no fim da Anarquia. Henrique foi apelidado com vários cognomes, entre eles "Curt Mantle", devido aos mantos curtos que preferia usar, e "FitzEmpress" numa referência à sua mãe, em dada altura Imperatriz consorte do Sacro Império. Segundo Winston Churchill em sua obra História dos Povos de Língua Inglesa, Henrique II, teve um dos mais fecundos e decisivos reinados na história inglesa.

Índice

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[editar] Primeiros anos

Henrique cresceu em Anjou nos territórios do pai, acompanhando de longe a luta de sua mãe pela coroa inglesa. Foi introduzido na governação em 1150 e depressa se revelou um líder capaz. A 18 de Maio de 1152, Henrique casou com a herdeira e duquesa Leonor da Aquitânia, recentemente divorciada do rei Luís VII de França. Apesar do divórcio, Leonor conseguiu preservar a tutela do seu ducado, que passou a governar com Henrique a partir da data do casamento. Este facto fez de Henrique senhor de um território que incluía a Normandia, Anjou, Poitiers, Aquitânia e Gasconha, tornando-o tão poderoso ou mais que o próprio rei de França.

[editar] Reinado

Em 1153, depois da morte de Eustáquio de Blois, herdeiro de Estêvão de Inglaterra, Henrique invadiu a Inglaterra e obrigou o rei doente a nomeá-lo como sucessor. Esta solução para o fim da guerra civil agradou às populações e no ano seguinte Henrique tornou-se rei de Inglaterra com apoio generalizado do país. Henrique depressa mostrou que não seria um monarca leniente (suave) e que os tempos da Anarquia tinham chegado ao fim. As suas primeiras medidas foram dirigidas aos nobres que se haviam tornado imprevisíveis durante a crise. Castelos construídos sem autorização real foram desmantelados e um novo sistema de colecta de impostos implementado. A administração pública melhorou significativamente com o estabelecimento de registos públicos criados pelo rei. No campo da justiça, Henrique mandou coligir o primeiro livro de leis inglês, descentralizou o exercício da justiça através de magistrados com poderes de agir em nome da coroa e implementou o julgamento por júri.
Entre as variadas iniciativas, Henrique minou o poder da Igreja Católica, determinando que religiosos que tivessem cometido crimes de direito comum fossem julgados por tribunais civis e não eclesiásticos, e estabelecendo um novo conjunto de impostos sobre as ordens religiosas. Como seria de prever, esta atitude valeu-lhe uma enorme onda de protestos, encabeçada por Tomás Becket, Arcebispo da Cantuária e seu amigo pessoal. Becket dirigiu-se a Roma para apelar ao papa ao que se seguiu um exílio de vários anos. Em 1170, Henrique e Beckett reconciliaram-se formalmente num encontro na Normandia, mas pouco depois o atrito recomeçou. Diz a tradição que Henrique perguntou: Não há ninguém que me livre deste padre turbulento?. Quatro dos seus nobres levaram o desabafo a sério e Tomás Becket foi assassinado na Catedral da Cantuária a 29 de Dezembro de 1170. Henrique chorou a morte de Becket e puniu severamente tanto os assassinos como as suas famílias. Para aligeirar a relação com o papa que o ameaçou de excomunhão, o rei doou importantes somas à ordem dos Templários e aos Cavaleiros Hospitalários e incentivou os seus súbditos a partir em cruzada para a Terra Santa, apesar de ele próprio nunca ter peregrinado ao Oriente.
Durante o seu reinado, Henrique finalizou a conquista e anexação do País de Gales e da Irlanda.

[editar] Conflitos com a família

O casamento com Leonor da Aquitânia, se bem que político e com um intervalo de 11 anos entre eles, foi certamente tempestuoso. Guilherme de Poitiers, o primeiro filho do casal nasceu poucos meses depois do casamento o que indica uma relação anterior ao matrimónio. Henrique, no entanto, concebeu cerca de dez filhos ilegítimos, alguns dos quais criados pela própria Leonor junto dos filhos de ambos.
No princípio da década de 1170, Leonor abandonou Inglaterra e estabeleceu-se na Aquitânia. Os motivos permanecem desconhecidos, mas a ligação amorosa e pública de Henrique com Rosamunda Clifford, uma galesa, pode ter tido alguma influência. Na mesma altura, Henrique decidiu separar os seus territórios de forma a serem herdados pelos diferentes filhos. O resultado foi desastroso uma vez que os príncipes decidiram apropriar-se das terras antes da sua morte. Henrique o Jovem e Ricardo revoltaram-se contra o pai na Normandia e Anjou, com o apoio de Leonor, que não tinha apreciado as recentes intromissões de Henrique no Ducado da Aquitânia, e de Luís VII de França. De todos os seus filhos apenas o bastardo Godofredo, Arcebispo de York, permaneceu do seu lado e na sua estima até ao fim. Em 1173 é a própria Leonor quem inicia uma rebelião contra o rei. Henrique acabou por controlar a revolta no ano seguinte e colocou-a na prisão onde permaneceu nos 15 anos seguintes. Nesta altura, Henrique assumiu a relação com Rosamunda, que passou a receber tratamento de rainha, e equacionou o divórcio de Leonor da Aquitânia para casar sua irmã, filha de Luís com sua segunda esposa, a princesa Alice de França.
A relação com o filho Ricardo piorou ainda mais com a sua subida ao estatuto de herdeiro depois da morte do irmão mais velho. Em Julho de 1189 Ricardo, auxiliado pelo rei Filipe II de França, derrota o exército de Henrique em Chinon. Dois dias depois, Henrique morreu num castelo das redondezas, presumivelmente de ferimentos recebidos na batalha. Encontra-se sepultado na Abadia de Fontevraud em Anjou, França

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